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O balanço patrimonial global reflete a riqueza e a saúde da economia global, levando em conta o ativo e o passivo das famílias, empresas, governos e instituições financeiras. Por quase três décadas, o balanço patrimonial global cresceu continuamente com mais rapidez do que o PIB, conforme descrito no relatório publicado pela MGI em 2021, intitulado The rise and rise of the global balance sheet: How productively are we using our wealth? (Ascensão e ascensão do balanço patrimonial global: em que medida estamos usando nossa riqueza de maneira produtiva?, em tradução livre). Depois, esse crescimento apresentou uma forte aceleração nos intensos dois primeiros anos da pandemia de COVID-19. No entanto, em 2022, surgiram os primeiros sinais de um possível ponto de inflexão, com maior volatilidade dos componentes do balanço patrimonial global e a primeira retração geral em décadas.
O balanço patrimonial global aumentou inexoravelmente do ano 2000 até o final de 2021. O ativo real e o patrimônio líquido; o ativo e o passivo financeiro das famílias, governos e empresas não financeiras; e o ativo e o passivo financeiro das empresas financeiras cresceram, todos, de cerca de quatro vezes para mais de cinco vezes o PIB. O patrimônio líquido global estava em $ 610 trilhões no final de 2021. Apenas cerca de um quinto do crescimento da riqueza veio da alocação de dinheiro dos poupadores para novos investimentos, sendo que a inflação do preço dos ativos resultante das baixas taxas de juros contribuiu com quase 80%. Analogamente, o passivo e a dívida da China, Europa, Japão e Estados Unidos estavam mais altos em relação ao PIB no final de 2021 do que na época da crise financeira global de 2008. Para cada dólar de investimento líquido, foi criado $ 1,90 de dívida adicional fora do setor financeiro.
O crescimento do balanço patrimonial global se acelerou durante a pandemia. Em 2020 e 2021, os intensos dois primeiros anos da pandemia, quando os governos lançaram um apoio em grande escala à atividade econômica, as famílias adicionaram globalmente $ 100 trilhões à riqueza global “no papel”, enquanto os preços dos ativos subiam e eram criados $ 39 trilhões em depósitos e dinheiro novo. Como consequência, a riqueza global em relação ao PIB cresceu mais rapidamente do que em qualquer outro período de dois anos nas últimas nove décadas. O passivo referente a dívidas e o referente a ações aumentaram em cerca de $ 50 trilhões e $ 75 trilhões, respectivamente, com o estímulo às economias por parte dos governos e bancos centrais. A criação de novas dívidas se elevou a $ 3,40 para cada $ 1,00 de investimento líquido.