O bilhão invisível: a escassez de dados sobre pessoas com deficiência impede a equidade em saúde

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Em todo o mundo, 1,3 bilhão de pessoas (16% da população) vive com algum tipo significativo de deficiência, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Contudo, elas enfrentam mais obstáculos para acessarem serviços de saúde do que a população em geral (veja Box “Definindo ‘deficiência’ e como ela afeta o acesso a serviços de saúde e o estado geral de saúde”). Sendo assim, será muito difícil alcançar o objetivo das Nações Unidas de “assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades”1

Pessoas com deficiência têm o direito de acrescentar não só anos a sua vida, mas também vida a seus anos mediante uma saúde melhor. Mas eliminar as disparidades de saúde entre as populações com e sem deficiência – em todas as dimensões da saúde: física, social, mental e espiritual – exige, antes de mais nada, dados de qualidade. Entretanto, existem lacunas consideráveis e persistentes nos dados sobre a saúde de pessoas com deficiência. Em 2003, uma revisão dos conjuntos de dados de 188 países revelou que, entre 2009 e 2022, 63 desses conjuntos não continham perguntas sobre dificuldades funcionais.2 De acordo com as seis mudanças que o McKinsey Health Institute prescreve para se alcançar o pleno potencial da saúde humana, dados melhores são necessários para: 

  • Aumentar a conscientização da escala e natureza das disparidades de saúde; medi-las é fundamental para que haja melhoria.
  • Determinar e propagar os benefícios da maior equidade e do melhor atendimento para a saúde de pessoas com deficiência.
  • Identificar e quantificar as barreiras ao acesso a serviços de saúde enfrentadas por pessoas com deficiência.
  • Determinar maneiras de eliminar as disparidades de saúde, utilizando dados para informar e dimensionar “o que funciona”, visto que intervenções nem sempre se traduzem em ação.
  • Definir uma linha de base com medições padronizadas, estabelecer metas e monitorar o progresso das intervenções.

O MHI atua em conjunto com a Iniciativa Missing Billion para enfrentar os desafios do sistema de saúde, eliminar a escassez de dados e promover a equidade em saúde (veja Box, “Sobre a Iniciativa Missing Billion e o McKinsey Health Institute”).3 Neste primeiro relatório, examinamos como a escassez de dados de saúde agrava os desafios de atender as necessidades de pessoas com deficiência. Também compartilhamos análises dos níveis de maturidade de diferentes países no que diz respeito à coleta e utilização de dados, e delineamos ações que os stakeholders podem empreender para eliminar a escassez de dados sobre equidade em saúde.

Nota dos autores sobre a metodologia. Em maio de 2023, realizamos uma avaliação do índice de maturidade dos dados de nove países: Austrália, Brasil, Canadá, França, Malawi, África do Sul, Tailândia, Uganda e Reino Unido. A escala de maturidade foi elaborada com base na eficácia dos principais métodos de coleta de dados de cada país para eliminar a escassez de dados sobre a saúde de pessoas com deficiência e no modo como esses dados são utilizados. Também identificamos medidas que os países podem tomar para melhorar a maturidade dos dados e as ações que diferentes grupos de stakeholders podem empreender para ajudar a eliminar a escassez de dados de saúde relativos a deficiências.

Leia aqui o relatório completo em inglês, The missing billion: Lack of disability data impedes healthcare equity.

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